quinta-feira, 26 de junho de 2008

Humildade who?

Esses dias em que a Globo ta passando um especial sobre os 50 anos da Copa de 58 eu andei percebendo uma coisa. Não vivi na época de Pepe, Pelé, Garrincha, mas ouço as histórias que o povo conta, vejo os especiais da TV. Os caras tinham vontade de jogar pela Seleção, orgulho de defender o Brasil, amor por aquilo que faziam. É só ver as comemorações dos gols. Nesse primeiro vídeo, por exemplo, o primeiro gol do Pelé em Copas do Mundo. Um muleque, 17 anos. Imagine a importância daquele negrinho na década de 50 marcando um gol na Copa da Suécia!
Ele sabia disso. Marca o gol, vai pro fundo da rede pegar a bola, e então cai a ficha: chora feito criança. Todos comemoram seus gols como se fossem crianças, orgulhosos do que estão fazendo, felizes por poderem estar lá. O REI foi dar parabéns pros caras!


Tudo bem, os tempos eram outros, década de 50 e tal. Mas e na Copa de 70? Jairzinho, Riva, Carlos Alberto... Também não vivi, mas meus irmãos sim. E não era diferente. Dá uma olhada nos jogadores, parecendo um menino que ganhou um presente. Um torcedor fanático da arquibancada não comemoraria diferente.

E hoje? Começa, e eu tenho que concordar com o Edson Pelé, que os jogadores pedem pra não jogar pela Seleção. Não existe isso! Seleção deveria ser como o Exército: vai jogar. Não quer jogar? Vai preso! E tem uns que anunciam sua aposentadoria da Seleção...É pá cabá!
Aí tem a honra de jogar pela Seleção numa Copa ou em qualquer jogo treino, sonho de 11 em cada 10 brasileiros homens, marca um gol e sai comemorando: "eu sou foda, eu sou foda".

São raros os momentos de emoção, de vontade, de brio dos jogadores atuais, como naquela final da Copa América contra a Argentina.
Hoje eles entram, jogam, ganham sua grana, vão pra casa, dormem. DORMEM!
Futebol eles têm. De sobra. Gaúcho, Robinho, Ronaldo, Adriano, Roberto Carlos... Melhores do Mundo em suas posições, artilheiros onde estão. Uns têm até mais futebol que alguns da época de 58 e 70. Mas falta a humildade que antes era pré-requisito. Estão se achando a última bolacha do pacote, os reis da cocada preta, salto alto. Falta isso aqui:

Hoje a realidade é outra...

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