quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

2010: ano de Copa!

Estava lendo a coluna do Nando Reis no Estadão de hoje, em que ele faz uma reflexão sobre o novo ano que chega, ano de Copa do Mundo. E me inspirou a escrever este "artigo".
Sou de 84. Por isso vivi seis copas do mundo, caminho pra sétima. Só que não me lembro de todas elas.
Na de 86 eu tinha menos de dois anos, malemá corria.
Da de 90 lembro muito bem das comemorações: toda a garotada da rua usando os tradicionais shortinhos azuis da seleção, camisa canarinho e tome passeata. Todo mundo em cima da caminhonete do Seu Toninho Lucato pelas ruas da cidade. Era só festa. Eu não entendia muito bem o que acontecia, mas ia no bolo.
Agora a Copa de 94 eu assisti. Dessa é a que eu me lembro mais. A atmosfera daquele ano era diferente. Parreira definitivamente não era uma unanimidade. Dunga era o xerifão do meio, Ricardo Rocha o da zaga, e Romário o craque do time. Três nomes que se destacaram no meio de Bebeto, Mauro Silva, Jorginho, Cafú, Viola, Zeti, Tafarel, Ronaldo, Raí, Mazinho. Leonardo pra mim era o mais completo. Tão completo que além de bater na bola resolveu bater nos outros: cotovelou aquele coitado... A Final contra a Itália do cagado Pagliucca, Massaro e Baggio foi um dos jogos mais emocionantes que eu já vi. Entre o Top 5. A disputa dos pênaltis que muita gente preferiu não ver, pra mim coroou o título mais aguardado pelo país do futebol havia mile anos. Eu, garoto de 10 anos, vibrava a cada lance, e não me canso até hoje de assistir aos melhores momentos. Principalmente de ver Galvão e Pelé pulando e chorando feito crianças ao som de "cabôôôô, cabôôôô!! É tetraaaa, é tetraaaaaa!!!"

Na Copa de 98 até a torcida entrou de salto alto. Não contávamos com Zidane e compania na casa dos caras. Resultado: reio.
Em 2002 foi diferente. O time mais trabalhado, mais entrosado, com um elenco de dar inveja a qualquer Real Madrid e Barcelona. Só estrelas. Me lembro de dormir na Gabi, em uns 15, só pra ver os jogos de madrugada. Estava no 3º colegial, a gente mandava na escola. Saíamos da aula pra assistir aos jogos e ainda avisávamos a diretora: "olha, a gente vai na Gabi assistir o jogo do Brasil e voltamos depois pra aula da Elza tá?". Tava tudo certo. O penta é nosso. E do Rivaldo.
2006 foi a Copa mais equilibrada que eu vi. Alemanha, Itália, França, Brasil. Finalmente as potências mundiais no futebol jogavam a bola que sabiam. Menos a Argentina, coitada. E eu achei foi bom demais!
E quem não se lembra do Vanucci? "Alô vocêêêêêê! É, você mesmo! Itáááááália!!!!"
Viva o Youtube.
Reerguemos nossos castelos de areia e chegamos à África do Sul, que era ali mesmo, do lado. E esse ano tem mais. Esperamos o Hexa com muita Brahma, já torcendo que o Hepta seja aqui em casa em 2014. O brasileiro é assim: em ano de Copa do Mundo o país para. Ninguém trabalha, ninguém fica doente, ninguém morre. Catástrofes são esquecidas quase o primeiro semestre todo: fevereiro tem carnaval, e dali a pouco já tem a Copa. Esse ano o ano novo começa mesmo em Julho.

Nenhum comentário: